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XXVII ENCONTRO SOCINE

CAMPO GRANDE     UFMS

DESVER O MUNDO,
REINVENTAR A CENA

22 a 25 de outubro de 2024

XXVII ENCONTRO SOCINE – Desver o mundo, reiventar a cena

22 a 25 de outubro de 2024

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

TEMA DO ENCONTRO
desver o mundo, 

reinventar a cena

A poesia de Manoel de Barros não explica, mas “desexplica”. Ela cultiva uma visão torta das coisas. Seu olhar não é reto, mas sinuoso, apegado a inversões, curvas e deformações. Talvez como Clarice Lispector, que dizia escrever para chegar “atrás de detrás dos pensamentos”. Ou como Oswald de Andrade, que queria ver com “olhos livres”. Desver é fazer a crítica a um mundo mais referencial, a uma versão viciada e viciante das coisas e de nós mesmos. Desver o mundo é devolver nossos sentidos à vida, restaurar sua heterogeneidade, explorar suas inesgotáveis possibilidades. Desver o mundo é generalizar a criatividade como um dado universal.


É este sentido ético, político e poético que o termo Desver sugestiona que, de maneiras variadas, sintetiza os desafios de se trabalhar com audiovisual neste canto do Brasil. A despeito dos esforços empreendidos, a economia e a academia audiovisual brasileiras permanecem concentradas em regiões metropolitanas do Sudeste. Estar no Centro-Oeste não implica apenas uma mera designação geográfica. Está mais para uma condição existencial. É sentir na pele a necessidade de uma maior capilarização nos investimentos em produção, preservação, difusão, formação e pesquisa. É conhecer um Brasil outro, marcado pela imigração japonesa e pelo pantanal, onde ouve-se guarani, come-se saltenha e chipa paraguaia, e se experimentam quatro estações em um mesmo dia.


O curso de Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul é o primeiro do Estado, criado em 2019, num gesto de absoluta coragem, para atender uma enorme demanda local. Uma demanda que se sente a cada esquina e que acabou por moldar o perfil extensionista do curso que já vem deixando sua marca na vida cultural da Cidade Morena. Essa vontade de audiovisual, no entanto, revela uma curiosa espécie de paradoxo. Fazer, estudar e pesquisar audiovisual no Mato Grosso do Sul é conviver cotidianamente com uma certa precariedade e urgência. É sentir-se à margem, distante, vulnerável; e no centro, protagonista, às voltas com a necessidade de construir e recriar formas diversas de se pensar, fazer e pertencer.

A realização do SOCINE - pela primeira vez deste lado do Brasil, em um território que faz fronteira com dois países e cinco Estados - é uma oportunidade para se pensar outras produções, pertencimentos, olhares, modos de sentir, pensar e fazer audiovisual para além das dicotomias que tanto nos conformam. “Desver o mundo, reiventar a cena” é especular a respeito de uma historiografia diversa, adensar a emergência de cenas audiovisuais para além do eixo, explorar questões envolvendo o setor de exibição, a produção indígena e dos nossos vizinhos bolivianos e paraguaios, e a formação universitária no Centro Oeste.


O SOCINE como uma maneira de ver, rever e transver o audiovisual em um mundo sem centro ou margem. Que o encontro deste ano seja, também e ao mesmo tempo, um desencontro. Que andemos sem rumo. Que tropecemos. Que nos desencontremos conosco mesmos e com tudo o que aprendemos: eis o audiovisual, sempre à nossa frente.

NOTA CONTRA OS ATAQUES A

POVOS INDÍGENAS NO MATO GROSSO DO SUL

A Diretoria e os Conselhos da Socine, bem como a Comissão local do XXVII Encontro, reiteram o apoio à nota publicada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 05 de agosto de 2024. Manifestamo-nos contra os ataques aos povos indígenas no Mato Grosso do Sul e reforçamos a necessidade de se cumprir o mandamento constitucional que lhes dá direito a suas terras ancestrais. Os governos federal e estadual devem, como manda nossa Constituição, assegurar o respeito à vida, saúde e bem-estar das populações originárias de nosso País. Crimes como estes, recorrentes no MS, não podem ficar impunes. Não podemos mais tolerar a violência contra os povos indígenas, que garantem a proteção de nosso meio ambiente e formam nosso vínculo com as raízes de nosso território.

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